Poema de Internet

Nesta fase, Caio Santos é um construtivista, constrói Azuis com variações sutis.

Acredita na sua perenidade. Numa concepção antropofágica, na ansiedade de chegar a Deus, o homem torna-se um devorador voraz do azul, por ser a cor do céu e supostamente a cor que representa Deus no Universo.

O Prata é uma cor cambiante, ou seja, ela muda conforme a influência luminosa que recebe. É também uma cor de refletância, porque reflete a cor predominante do ambiente. Portanto a utilização intencional do Prata dentre outras coisas, é para que a obra se adapte a qualquer ambiente.

A apropriação do Azul relacionando-o ao céu e a Deus está na memória genética de todos os seres humanos. Caio Santos a usa nas suas obras, porque entende que na comunicação virtual a relação é mental, intelectual, espiritual. Há um desmaterializar-se, um diluir-se, pois o corpo físico não pode adentrar na internet .

O cyber-espaço é inacessível a matéria.

Os diálogos são o registro principal deste momento tão importante, nessa nova etapa da comunicação mundial. Servem para formalizar a presença de duas pessoas se comunicando. O observador mais atento notará que destaca mais o dia e a hora do diálogo, porque achou mais importante o tempo em que se deu essa comunicação, pois romper a barreira do espaço nos dá uma sensação única de liberdade. Comunicar-se com alguém em Atenas em tempo real. Podíamos ver isso apenas pela TV de maneira passiva pois ainda não tínhamos a chance de optar com quem conversar.

No ambiente virtual isso é possível e é de suma importância.

A Obra de Caio Santos conheceu diferentes fases e momentos desde que o artista iniciou a sua atividade. Na sua trajetória de incessante procura, as suas obras refletem esses momentos e a diversidade de técnicas e abordagens.