Fio de Ariadne, re-leitura da obra de John Vanderlyn por Caio Santos

Pergunto: “Que fioesse?”
Aprendemos através da mitologia que Teseu para salvar sua amada Ariadne precisa enfrentar o Minotauro. Vencê-lo somente não seria a única solução, pois tal enfrentamento acontece dentro de um labirinto, que tem sua saída encontrada graças ao fio amarrado a porta de entrada por Ariadne.

E pergunto-lhes novamente: “Que fio é esse?”

Essa retórica leva-nos a concluir numa análise racional, que tal fio não existe nem nunca existiu, nem o tal labirinto e nem o tal Minotauro. Trata-se, sim de uma sábia ilustração onde os gregos descrevem uma situação mental dessas a que somos submetidos diariamente, onde nos sentimos assustados, perdidos em meio ao desconhecido, onde os problemas são como monstros invencíveis, mas que não podemos fugir ao confronto, inspirados pelo amor a uma pessoa ou causa, mesmo sem forças para lutar, andando em círculos, na busca de soluções, prosseguimos na busca de uma saída, o Fio de Ariadne.

“Mas Que Fio é Esse?”

No mundo contemporâneo estamos o tempo todo sendo persuadidos a consumir o que não precisamos, ser o que não somos, fazer o que não queremos, com isso a ansiedade, a insegurança, a incerteza, a falta de horizonte, inundam a mente da população, consequentemente, o abuso das drogas, a violência, a crise do gênero, a crise de identidade, dentre outras tantas que não podemos enumerar, ilustram tal confusão mental a que o homem é submetido. Poucos são os que conseguem um “Fio de Ariadne” para se guiar sem perder o rumo.

Podemos considerar que o tal “Fio de Ariadne ” é a linha divisória entre a razão e a loucura que serve de guia nos momentos tribulados urdido pelo conhecimento dos valores imutáveis.
E que valores são esses?
Um deles é o fato de que a história de cada pessoa é, e precisa ser diferente.

Cada ser é único, e está ocupando o espaço necessário para o equilíbrio do universo. Consciência de si próprio essa luz é verdadeiramente a porta do labirinto.